segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O que é a Teologia do Corpo e por quê ela está mudando tantas vidas? PARTE 02

                                   

                                                   Por quê o Corpo é uma “Teologia”?
De acordo com João Paulo II, Deus criou o corpo como um “sinal” de seu divino mistério. Esta é a razão pela qual ele fala do corpo como uma “teologia”, um estudo de Deus.
Nós não podemos ver Deus. Sendo Espírito, Ele é invisível. Entretanto o cristianismo é a religião da auto-revelação de Deus. Em Cristo, “Deus revelou seu mais íntimo segredo: o próprio Deus é uma relação infinita de amor, Pai, Filho e Espírito Santo, e Ele nos destinou a participar desta relação” (C.I.C., §221). Por alguma razão o corpo humano torna este eterno mistério de amor visível para nós.
Como? Especificamente através da beleza da diferença sexual e nossa chamada à união. Deus designou a união dos sexos como a “versão criada” de sua própria “relação infinita de amor”. E justamente desde o início, a união entre homem e mulher prefigura nosso destino eterno de união com Cristo. Como diz São Paulo, a união “em uma só carne” é “um grande mistério, eu quero dizer em referência a Cristo e sua Igreja” (Ef 5,31-32).
A Bíblia usa o amor matrimonial mais do que qualquer outra imagem para nos ajudar a entender o plano infinito de Deus para a humanidade. Deus quer “se casar” conosco (cf. Os 2,19) — para viver conosco em uma “infinita relação de amor”. E ele quis que este grande “plano matrimonial” fosse tão claro e tão óbvio pra nós que ele imprimiu uma imagem de Si mesmo em nosso próprio ser, criando-nos masculino e feminino e convidando-nos à comunhão em “uma só carne”.
Portanto, em um comovente desenvolvimento do pensamento católico, João Paulo conclui que nós espelhamos Deus não somente como indivíduos, “mas também através da comunhão… a qual homem e mulher formam desde o princípio”. E o Papa acrescenta: “de tudo isso, desde ‘o princípio’, descende a graça da fertilidade” (14/11/1979). A vocação original de ser “fecundo e se multiplicar” (Gen 1,28), então, não passa de um convite para viver conforme à imagem daquilo em que fomos feitos — o amor, da forma como Deus ama.
É óbvio que isto não significa que Deus é “sexual”. Nós usamos o amor matrimonial apenas como uma analogia que nos ajuda a compreender um pouco do divino mistério (cf. C.I.C., §370). O “mistério de Deus permanece transcendente em relação a esta analogia como em relação a qualquer outra analogia” (29/09/1982). Ao mesmo tempo, contudo, o Papa diz que “não há nenhuma outra realidade humana que corresponda melhor, humanamente falando, com aquele mistério divino” (30/12/1988).

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